Encantador de Cavalo-Marinho

12:10

Nem chega a ser uma lenda, pode-se chamar de um conto. Talvez um que me contaram, ou um que eu me mesmo inventei. Só sei que suas notas já escutei, soam como bolhas de sabão explodindo. Pequenos sons que juntos, te hipnotizam, um transe instantâneo e que dura frações de segundos. Eu caminhava por entre a mata úmida, ou pela estrada entre as árvores, ou até mesmo durante um sonho numa noite chuvosa, destas coisas não tenho nenhuma certeza. Me sentia dentro do mar, mesmo nunca tendo tocado sua água salgada, é como se mergulhasse. Acredito que era um sonho mesmo, pois dentro da água eu flutuava, sentia meu folego indo e voltando, só que sem nenhum incomodo.
Adorava o som do encanto, mas por minha natureza, fiz de tudo para não demonstrar o entusiasmo do momento, até porque, poderia ser levado por ele e não saberia onde iria parar. Acabei perdendo esta incrível viagem por receio.

Sempre fico lembrando das bolhas, do pequenos sons, da minha insegurança. Eu poderia ter ido além e cantado junto, melhor, dançado junto. Seria uma dança bem diferente do que estou acostumado, valeria a pena. O som das bolhas vinham de uma concha, concha esta que uma vez, derreteu um castelo de gelo negro, apenas com as bolhas musicais.

Certeza que foi um sonho, apesar de as musicas ainda estarem em minha mente, não as escuto mais, e tudo não faz muito sentido, nunca ouvi falar de encantador de cavalo-marinho, isso não faz muito sentido, aliás, a única coisa que faria sentido é que, eu não sou um e mesmo assim, me encantei.


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